Portugal

Tráfico de Seres Humanos e a Exploração Laboral – uma realidade oculta em Portugal

A exploração laboral das populações mais vulneráveis, bem como o tráfico de seres humanos, permanece em Portugal como uma realidade relativamente oculta, cujas dinâmicas e elementos identificadores não têm sido objecto de uma análise exaustiva nas suas diversas vertentes.

 

Em inquéritos realizados aquando da implementação, pela Oikos, de um projecto de sensibilização para o tráfico de seres humanos e novas formas de escravatura – Mãos (Es)Forçadas, cerca de 80% dos inquiridos responderam que desconheciam a sua existência em Portugal. A falta de conhecimento concreto sobre estas problemáticas, conduz à insuficiência de legislação adequada que permita a adopção de medidas preventivas e de resposta ao tráfico de seres humanos e exploração laboral, assim como à incapacidade de pressão das organizações da sociedade civil junto dos decisores.


Tráfico de pessoas, o que é afinal?

 

No actual enquadramento jurídico, o tráfico de pessoas abrange “quem oferecer, entregar, aliciar, aceitar, transportar, alojar ou acolher pessoa para fins de exploração sexual, exploração do trabalho ou extracção de órgãos: por meio de violência, rapto ou ameaça grave; através de ardil ou manobra fraudulenta; com abuso de autoridade resultante de uma relação de dependência hierárquica, económica, de trabalho ou familiar; aproveitando-se de incapacidade psíquica ou de situação de especial vulnerabilidade da vítima; ou mediante a obtenção do consentimento da pessoa que tem o controlo sobre a vítima” e é punido com pena de prisão de três a dez anos (artº 160, nº 1 do Código Penal).

 

O que é necessário fazer?

 

De acordo com os Planos Nacionais para a Igualdade e de Luta Contra o Tráfico de Seres Humanos, bem como com o trabalho que a Oikos tem vindo a realizar, é essencial difundir informação e promover a sensibilização da população para estes fenómenos.

 

É também necessário actuar junto das comunidades mais vulneráveis, atenuando a manifesta falta de informação que as mesmas apresentam sobre os seus direitos básicos e acesso a mecanismos legais de protecção e combate ao tráfico e exploração de mão-de-obra, potenciando o empoderamento dessas comunidades e o exercício efectivo de cidadania dos seus membros.

 

A exploração laboral com base em discriminações múltiplas, nomeadamente país de origem e género, visando cidadãos nacionais ou migrantes, é uma realidade nos nossos dias. Este fenómeno encontra na Região Norte um terreno fértil para proliferar, porque subsiste ainda uma estrutura de mão-de-obra desqualificada e um mercado de oferta de emprego, ainda que temporário e precário, que tende a atrair populações muito vulneráveis a nível económico e social: imigrantes em situação irregular (frequentemente vítimas de tráfico), mulheres sem formação escolar e profissional e crianças (algumas em situação de abandono escolar).

 

Assim, a Oikos está a executar um projecto sobre esta temática, denominado “(Es)Forçadas e (Des)Iguais – Contra o Tráfico de Seres Humanos e a Exploração Laboral”. Saiba mais sobre este projecto, clique aqui.


Mais sobre o trabalho da Oikos nesta área:


Mais informações sobre esta temática:

  • Site do Observatório do Tráfico de Seres Humanos
  • II Plano Nacional de Luta Contra o Tráfico Humano (2011-2013)
  • Manual contra o tráfico de pessoas para profissionais do sistema de justiça penal
  • Cadernos da Administração Interna – Colecção de Direitos Humanos e Cidadania – “Tráfico DESUMANO”


Formas de denúncia:

  • Linha SOS Imigrante: 808 257 257
  • Equipa Multidisciplinar: 964 608 288
  • Inauguração da Exposição Mãos (Es)ForçadasMais informações sobre esta temática: Site do Observatório do Tráfico de Seres Humanos II Plano Nacional de Luta Contra o Tráfico Humano (2011-2013) Manual contra o tráfico de pessoas para profissionais do sistema de justiça penal Cadernos da Administração Interna – Colecção de Direitos Humanos e Cidadania – “Tráfico DESUMANO”Formas de denúncia: Linha SOS Imigrante: 808 257 257 Equipa Multidisciplinar: 964 608 288 Portal de Queixa Electrónica