Portugal

Sinergias para Alimentar

Mercados eletrónicos de proximidade, circuitos curtos agroalimentares, alimentação, educação e saúde e alimentação escolar foram alguns dos temas em debate nos dois seminários realizados pela Oikos em parceria com a A2S, em Loures, no passado dia 9 de Setembro, no âmbito do projeto “Integrar para Alimentar”.

Totalmente virados para alimentação, produção e nutrição, os seminários, que juntaram cerca de 40 pessoas, desde representantes de empresas agroalimentares, produtores, professores e técnicos de IPSS, contaram também com a presença de António Pombinho, Vereador da Câmara Municipal de Loures, Pedro Graça, Diretor do Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável, da Direção Geral de Saúde, Laurinda Ladeiras, representante da Direção Geral de Educação e Márcia Mendes, da A2S, a Associação para o Desenvolvimento Sustentável da Região Saloia.

 

João José Fernandes, Coordenador do projeto “Integrar para Alimentar” moderou os seminários. O Presidente da Oikos referiu nas suas intervenções, aspetos distintivos dos circuitos curtos agroalimentares (CCA), tipologias existentes, benefícios ambientais, económicos, sociais e culturais e co-benefícios sociais adicionais dos CCA. Ainda mencinou aspetos inerentes a uma estratégia de segurança alimentar e nutricional a nível local, tal como a alimentação e nutrição ao longo do ciclo de vida, ordenamento do território e acesso à alimentação, política escolar regional, discutindo as sinergias entre qualidade dos produtos agroalimentares e saúde nutricional, e a integração do DHAA nas políticas e iniciativas setoriais, no que dizia respeito ao tema do segundo seminário Acesso à Alimentação nos Serviços Sociais: Educação, Saúde e Serviço Social.

 

A Oikos promoveu ainda, em cada seminário, um workshop para serem debatidos os temas analisados anteriormente. Os workshops consistiram numa análise SWOT, PEST e ainda numa classificação de stakeholders.

 

A intervenção da representante da Direção Geral de Educação, Laurinda Ladeiras, revelou que Setúbal e Coimbra são os distritos do país com menos crianças a usufruir dos serviços de ação social na área da alimentação escolar. Para Laurinda Ladeiras, terá ainda que ser feita uma maior fiscalização nas escolas, ao cumprimento das diretivas alimentares da Direção Geral de Educação, de modo a garantir que a alimentação chegue a todos os alunos de igual forma. Ainda assim, a mesma afirma que “nunca vi nenhum professor recusar um prato de comida a um aluno, nem sequer tenho conhecimento” e relembra que “criar hábitos saudáveis aos alunos não é apenas uma responsabilidade da escola e dos professores mas também dos pais”.

 

Para Pedro Graça, Diretor do Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável, foi importante relembrar que é necessário dar continuidade a trabalhos que têm sido desenvolvidos ao longo dos últimos anos na área da promoção da saúde, especialmente saúde nutricional, salientando que essa continuidade é muito importante e decisiva para a segurança alimentar e nutricional no país. O projeto “Rede de Bufetes Escolares Saudáveis”, reconhecido a nível mundial e o Programa “Alimentação Saudável em Saúde Escolar (PASSE)” foram duas das iniciativas dadas como exemplos de sucesso que se devem seguir e/ou retomar.

 

Da parte da Câmara Municipal de Loures, foi apresentada a A2S como um incentivo ao desenvolvimento local da região saloia. Sendo uma mais-valia para produtores e consumidores locais.

 

A A2S tem por missão promover e incentivar o desenvolvimento local de base comunitária, nos territórios rurais da região norte da Área Metropolitana de Lisboa, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida nas suas diferentes dimensões. Composta pelos municípios de Loures, Sinta e Mafra, procura gerir localmente os fundos atribuídos ao território, numa lógica participativa e de proximidade; atrair e impulsionar novos investimentos; promover novas oportunidades de negócio; fomentar a criação de emprego; diversificar as economias locais; incentivar e apoiar o empreendedorismo e a iniciativa local; estimular a inovação social; melhorar a qualidade de vida das comunidades locais; qualificar e valorizar as pessoas, as organizações e o território de intervenção numa perspetiva de sustentabilidade; promover parcerias e atividades de cooperação; produzir conhecimento de apoio à intervenção; divulgar a marca da região e os respetivos produtos e recursos endógenos; estimular mecanismos de liderança e de participação ao nível local; promover a cidadania ativa; e valorizar e disseminar boas práticas.