Ocorreu no dia 12 de fevereiro 2016 no espaço CACAU um seminário organizado pela Birdlife International representada pela RSPB (Royal Society for the Protection of Birds), e a SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves), em que foram passadas as mais atualizadas informações dos estudos em curso sobre a avifauna ameaçada do país.
Em abertura, o diretor do PNOST, Engº Aurelio Rita, fez uma apresentação da situação atual da gestão do parque, destacando as dificuldades e necessidades para uma melhor contribuição desta área protegida na preservação da biodiversidade.
Entre os oradores seguintes, e sob a moderação do Luís Costa, Diretor da SPEA, o seminário contou com as apresentações do biólogo Hugo Sampaio da SPEA e doGraeme Buchanan da RSPB, que abordaram os resultados dos mais recentes censos e inquéritos feitos em colaboração com os guias da Associação Monte Pico no interior do Parque Obô de São Tomé.
Os dados permitem apreciar a repartição geográfica destas espécies de aves consideradas como as mais ameaçadas hoje em dia, o Anjolô, a Galinhola, e o Picanço. Os resultados dos censos e das modelizações mostram que as ameaças persistem sobre estas espécies (caça, perda e perturbação de habitat et), em particular a Galinhola nas regiões a leste dos limites do PNOST. As zonas mais pertinentes para a proteção destas espécies foram identificadas com mais detalhe com a ajuda de ferramentas modernas de modelização.
O Projeto FOR.BIO.STP, financiado pela União Europeia, foi apresentado pelo coordenador da Oikos, Bastien Loloum, que destacou a importância duma maior implicação da sociedade civil organizada nas questões de conservação e gestão da biodiversidade, através de ações persistentes de advocacia ambiental junto as direções com tutela nesta matéria (Florestas, Parque, Ambiente etc).
Já o Engº Victor Bomfim, coordenador do projeto de Integração da Biodiversidade nas políticas de desenvolvimento sustentável na zona tampão dos PN Obô de São Tomé e Príncipe fez um ponto de situação da implementação deste projeto inserido no Programa PAPAC e financiado pelo GEF e o FIDA.
O Seminário foi mais uma ocasião de estreitar as relações entre os diferentes atores institucionais e da sociedade civil, ativos em prol da conservação e da investigação sobre a biodiversidade emblemática das ilhas, dando lugar a trocas de informações valiosas e recomendações para as ações futuras.
Um destaque especial foi dado aos guias da Associação Monte Pico que realizaram grande parte dos censos no terreno nos últimos anos sob a coordenação da Birdlife Internacional, um trabalho árduo e intenso nas florestas e montanhas do interior da ilha e que merece todos os elogios.