Comunicado de Imprensa Oikos
18/02/2010

Na edição de Fevereiro do JA a Oikos apresentou a iniciativa humanitária de resposta ao Terramoto no Haiti. Hoje, apresentamos contas acerca de uma experiência recente em que a Oikos respondeu a um terramoto.

No dia 15 de Agosto de 2007, pelas 18h41, um terramoto de magnitude 7.0 ML (Richter) atingiu o Peru, provocando 595 mortos, 318 desaparecidos, mais de 20 mil feridos, 52.200 casas destruídas e 32.600 casas parcialmente destruídas. A Oikos, com uma presença no Peru desde 1993, respondeu de imediato, com ajuda humanitária em 10 distritos da província de Yauyos e 3 da província de Cañete, as zonas mais atingidas.

Em parceria com a ONG local TADEPA e com apoio da Direcção Geral de Assuntos Humanitários da Comissão Europeia (DG-ECHO), a Oikos implementou um projecto, no valor de 377.414,73 €, que beneficiou um total de 12.037 pessoas atingidas pelo terramoto.

Não foi a primeira operação humanitária de resposta a um terramoto que a Oikos efectuou no Peru. Com efeito, em 2001-2002 a Oikos já havia respondido a um outro terramoto, beneficiando 6.600 pessoas. A partir de 2002, a Oikos executou uma série de 10 projectos de prevenção de catástrofes, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e geração de rendimento para 3000 pessoas.

Em resposta ao terramoto de 2007, a Oikos e a Tadepa, beneficiaram 1.952 pessoas com abrigo temporário, 5.136 pessoas com sistemas de abastecimento de água potável e 5.380 pessoas através da construção de canais de irrigação, essenciais para a melhoria das práticas agrícolas, geração de renda e reposição da capacidade económica das populações locais.

Para além do abrigo temporário, que em zonas de elevada altitude se torna uma questão de sobrevivência, a aposta no abastecimento de água potável foi determinante. Segundo as autoridades locais, 30% dos sistemas de abastecimento de água potável colapsaram com o terramoto de Agosto de 2007. No decurso do projecto, a Oikos reabilitou 17.594 metros de condutas de água, 7 sistemas de captação e 5 reservatórios de água potável. Como resultado, mais de 5.000 pessoas têm actualmente acesso a um mínimo de 70 litros de água potável, por dia.

Para além do abrigo temporário (pré-fabricados), do abastecimento de água potável e do apoio à reabilitação de canais de irrigação, a Oikos e a Tadepa, realizaram acções de formação, dirigidas às famílias beneficiárias, para manutenção e melhoria das casas pré-fabricadas, e dos sistemas de água. No final do projecto, a Oikos procedeu à capacitação de 164 membros das juntas de regantes, por forma a garantir uma eficaz gestão e manutenção dos canais de rega. A formação versou sobre liderança, gestão e administração de sistemas de abastecimento de irrigação e manutenção de infra-estruturas.

A intervenção da Oikos e da Tadepa ultrapassou os resultados inicialmente previstos. Na sistematização final efectuada pela equipe operativa, uma lição foi aprendida: o sucesso do projecto deveu-se à participação das comunidades locais. Esta participação está enraizada num sistema ancestral de mobilização do trabalho comunitário, conhecido como “faenas”, ou jornadas de trabalho comunitário. As “faenas” são determinadas pelas assembleias comunais, com quem o projecto trabalhou numa estreita parceria.

18 de Fevereiro de 2010

João José Fernandes
Director Executivo
Oikos – Cooperação e Desenvolvimento

Sobre a Oikos
A Oikos – Cooperação e Desenvolvimento é uma Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD), constituída em 1988, em Portugal. Em 1992, o Estado Português reconheceu-lhe o estatuto de Pessoa Colectiva de Utilidade Pública e, em 2000, foi-lhe atribuído o Estatuto Consultivo junto do Conselho Económico e Social das Nações Unidas (ECOSOC).
Tem como missão erradicar a pobreza extrema e garantir que todas as pessoas usufruam do direito a uma vida digna. Actua através de delegação própria em Cuba, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Moçambique, Nicarágua, Peru e Portugal.

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