Moçambique

Diario de Noticias

Cheias no Zambeze podem afectar 285 mil pessoas
Fortes chuvas fustigam o território moçambicano desde Dezembro.
10 Jan 2008

A organização não-governamental Oikos, que está a assistir populações afectadas pelas cheias em Moçambique, estima que 35 mil pessoas foram desalojadas e, só no Zambeze, pode ascender a 285 mil o total de afectados.

“Às dificuldades de apoio (…) a estas 6.500 famílias, acrescem perdas que se estimam já em 31 mil hectares de colheitas, bem como dos alimentos armazenados para o seu sustento”, afirma Claire Fallender, Coordenadora Geral da ONG portuguesa em Moçambique, em comunicado hoje divulgado.

Duas semanas depois do alerta de cheias no centro de Moçambique, mais de 35 mil pessoas já foram transferidas para centros de acolhimento, sem acesso a alimentação nem água potável.

“Se a situação continuar a agravar-se, cerca de 285 mil pessoas serão afectadas pela subida do rio Zambeze”, afirma Caire Fallender.

A Oikos tem neste momento uma equipa de 17 técnicos na zona afectada.

Entre as principais necessidades identificadas está o acesso à água potável.
“Com as inundações, os danos e a contaminação dos poços e fontes de água conduzirão a fortes problemas de epidemias e saneamento ambiental”, afirma a ONG.

Além disso, alerta a Oikos, à “falta de acesso aos alimentos no momento”, junta-se o facto de “as famílias perderem também o que tinham armazenado, bem como os seus campos de cultivo”.

As principais medidas postas em prática são a construção de poços de água, canais de drenagem e poços manuais, instalação de bombas de água e a pedal, distribuição de materiais agrícolas, controlo de erosão das zonas afectadas pelas inundações e prevenção de riscos de desastres naturais em escolas.

Actualmente, a Oikos assiste mais de 49 mil pessoas em Moçambique, num total de 11.676 famílias.

As autoridades moçambicanas activaram 13 centros de acomodação em quatro províncias, onde estão temporariamente alojadas cerca de 7.500 famílias.

Segundo dados oficiais, as cheias no centro de Moçambique provocaram até ao momento três mortos e 41 mil deslocados e destruíram 17.800 hectares de culturas.