As últimas estimativas apontam já para cerca de 60 mil pessoas afetadas pela tempestade tropical Ana. A quantidade de campos alagados soma já 2.252 hectares. As principais culturas desta altura são a base principal da alimentação das famílias camponesas, o que significa o agravamento da fome durante os próximos meses.
“Ainda não é possível apurar todos os impactos, há várias comunidades que ficaram sem acesso e isoladas, mas as equipas da Oikos já reportaram muitas zonas de produção agrícola totalmente inundadas. As famílias vão perder uma grande parte das suas culturas, que são a fonte da sua alimentação e rendimento” reporta Dinis Chembene, Gestor de Programa na área de desastres e alterações climáticas, da Oikos em Moçambique.
Milho, arroz e mandioca são os campos mais afetados e fontes principais alimentares das famílias mais vulneráveis. Os dados oficiais indicam já 2.252 hectares destruídos. Nesta época, muitas plantações estavam a meio do seu ciclo o que significa agravamento da fome não só agora como durante a época seca, a partir de Abril, tal como aconteceu no ano passado com a passagem dos ciclones Chalane e Eloise.
Numa nota mais positiva, no que respeita ao setor da educação as informações recebidas do terreno confirmam que as escolas construídas recentemente pela Oikos com materiais resilientes a desastres naturais para 7000 crianças não sofreram impactos, o que comprova a sua eficácia.
Esta construção adotada pela Oikos combina materiais de construção convencional com o máximo de conhecimento e recursos locais, resultando numa melhor resiliência a ameaças naturais como ventos, chuvas fortes e inundações.
Para Dinis Chembene, “Moçambique precisa, mais do que ajudas pontuais, de respostas a longo prazo. É um país extremamente vulnerável às ameaças climáticas, que tendem a piorar, e por isso é fundamental o trabalho continuado com as comunidades para que elas próprias estejam preparadas para uma melhor resposta e recuperação dos impactos sofridos.”
Algumas notícias com audio da Oikos:
RTP África, programa da manhã “Tenha a palavra”, minuto 18´19