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Pacto Global apresenta Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura

Documento final procura concretizar metas de desenvolvimento do Rio+20 para o setor empresarial.

O Pacto Global da ONU apresentou em Roma, no dia 13 de maio, os Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura (PEAA). Como primeiro conjunto de valores empresariais globais e voluntários para o setor, os Princípios pretendem orientar as empresas em como devem contribuir para os objetivos de desenvolvimento sustentável previstos no documento final do Rio+20 (“O Futuro que Queremos”). Além disso, pretendem também que as empresas estejam atentas e sensíveis ao desenvolvimento de uma Agenda de Desenvolvimento pós-2015.

 

Os PEAA foram desenvolvidos pelo Pacto Global da ONU ao longo de dois anos, através de um processo amplo e que incluiu diversos representantes da sociedade civil. Mais de 20 consultas online e presenciais foram realizadas em diversos países do mundo, envolvendo mais de 1.000 empresas, agências da ONU e organizações da sociedade civil comprometidas com os temas da agricultura, nutrição e sistemas alimentares.

 

De acordo com Jorge Soto, presidente da Rede Brasileira do Pacto Global, um dos países envolvidos na construção dos princípios: “Muitas propostas estão presentes no documento final, como o apelo para maior cooperação internacional na transferência de conhecimentos e tecnologia. No conjunto, os princípios reforçam o compromisso do setor privado que foi assumido durante o Rio+20.”.

 

Assim, os PEAA procuram incentivar o aumento sustentável da produção de alimentos, aumentando os investimentos locais; o acesso aos mercados locais e globais; e a redução do desperdício nas cadeias de abastecimento. Estes princípios definem os atributos de um bom funcionamento e sustentabilidade dos sistemas alimentares e agrícolas globais, e articula um entendimento comum sobre os recursos, das funções dos ecossistemas e os impactos socioeconómicos necessários à construção da resiliência nos sistemas agro-alimentares e nos mercados que estes servem.

 

Os seis Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura são:

1. Promover a segurança alimentar, a saúde e a nutrição;

2. Ser ambientalmente responsável;

3. Garantir a viabilidade económica e partilhar valores;

4. Respeitar os direitos humanos, criar trabalho digno e ajudar as comunidades rurais a desenvolverem-se;

5. Incentivar a boa governação e responsabilidade;

6. Aprimorar o acesso e a transferência de conhecimento, competências e tecnologia.

 

Responsabilidades para o setor empresarial

Com a estimativa de crescimento da população mundial para 9 mil mihões em 2050 e a intensa procura global por alimentos, o setor privado será um parceiro fundamental dos governos e de outras organizações para desenvolver soluções eficazes e de grande escala para sistemas de segurança alimentar e agricultura sustentável. Os PEAA representam um bom ponto de partida para que as empresas colaborem com os governos, sociedade civil e as Nações Unidas no combate a este desafio.

 

Os seis princípios são pensados de modo a complementar iniciativas que eventualmente já estejam a ser desenvolvidas pelas empresas. Registam entendimentos comuns sobre o que constitui a sustentabilidade na alimentação e agricultura.

 

Segundo Puvan Selvanathan, do Pacto Global da ONU em Nova York: “Os Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura estabelecem um conjunto de valores para as empresas do setor que queiram agir de forma responsável, aproximando suas práticas aos resultados esperados pelos decisores de políticas públicas que visem estes objetivos.”.

 

Saiba mais sobre o Pacto Global da ONU.

 

Consulte os documentos (em inglês):

Princípios Empresariais para Agricultura e Alimentação

Perguntas mais frequentes

 

Sobre o Pacto Global

Lançado em 2000, o Pacto Global das Nações Unidas é a maior iniciativa de sustentabilidade empresarial voluntária do mundo. Reúne cerca de 8 mil empresas aderentes, em 145 países, com o objetivo de alinhar as operações de negócios aos dez princípios nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção.