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Transformando o nosso mundo- Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável

Chegou ao fim o longo processo de negociação entre os Estados Membros da ONU, envolvendo muitas organizações da Sociedade Civil, sobre a agenda pós-2015.

Foram duras e longas as negociações que levaram mais de 2 anos à procura de consensos. Finalmente, no dia 1 de Agosto, chegou-se a um texto (quase) final que será objecto de discussão e votação na Assembleia-geral da ONU a ter lugar nos proximos dias 25 a 27 de Setembro. Este texto, a que se chamou “Transformando o nosso mundo: a agenda 2030 para um desenvolvimento sustentável”, assentando nas lições tiradas da agenda sua antecessora (a Declaração do Milénio que adoptou os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio) foi sendo construída esta nova agenda ambiciosa que conta com 17 objectivos e 169 metas.

 

Perante a aprovação deste texto (quase final) o Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que “é o começo de numa nova era. A resolução vai ajudar a realizar o sonho de um mundo de paz e de dignidade para todos”.

 

Este texto, entre outras virtudes, tem dois aspectos positivos que nos levam a partilhar da mesma esperança que Ban Ki-moon:

 

Um deles é que, ao contrário da Declaração do Milénio, estabelece que os objectivos são universais mas aplicáveis tendo em conta as especificidades de cada região, de cada país, de cada local. Assim, deixarão estes objectivos de erradicação da pobreza de ser um encargo para alguns para resolver problemas de alguns outros. Esta nova universalidade leva a que todos tomemos consciência de que num mundo inexoravelmente global somos todos parte do problema e, como tal, somos todos parte da solução.

 

Outro aspecto positivo é que estabelece como objectvio primordial o desenvolvimento sustentável, isto é, promove um desenvolvimento com as pessoas e o planeta no centro. Só haverá desenvolvimento com o equilibrio entre as suas dimensões económica, social e ambiental, acabando com a hegemonia da dimensão económica que nos tem levado aos desequilibrios e desigualdades assentuadas em que vivemos.

 

Falta, contudo, a esta nova agenda uma força vinculativa mais sólida que anterior. Continua aberta a possibilidade destes objectivos de todos nós serem penhorados a troco da realização dos interesses sectários de uns poucos,em regime de total impunidade política, legal, moral.

 

Somos, com efeito, a primeira geração da história da humanidade com os meios, recursos e oportunidade para erradicar a pobreza. Não ignoremos esta responsabilidade!

 

Veja aqui quais os objetivos e metas que todos somos chamados, à escala de cada um, a cumprir até 2030 e além.