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Referendo grego sobre a privatização da água

No próximo dia 18 de maio, os cidadãos de Tessalónica, na Grécia, irão referendar sobre o futuro da companhia de água grega deste município. O governo grego quer vender a privados a empresa pública de água e saneamento também com a finalidade de reduzir a elevadíssima dívida pública atual do país.

A questão da privatização das empresas públicas tem sido matéria constante dos acordos estabelecidos entre a Troika e o governo grego. A notícia desta intenção de venda foi, desta forma, bem recebida pelo Ministro das Finanças holandês Dijsselbloem, líder do Eurogrupo. Entretanto, vários representantes da Sociedade Civil (SC), incluindo os sindicatos e a Igreja Ortodoxa grega, opõem-se a esta iniciativa, salientando que os serviços públicos de fornecimento de água potável, devem ser geridos por empresas públicas de modo a assegurar o acesso, a qualidade e a segurança destes mesmos serviços.

 

Esta coligação da SC, que acredita que a água não é uma mercadoria, conseguiu que fosse convocado um referendo local em que as pessoas serão convidados a pronunciar-se sobre se querem ou não querem a privatização. A coligação convida todos a votar “sim” para manter a gestão pública da água.

 

A Campanha, conhecida como “SOS te Nero” (“Salve a nossa água”), tem-se mobilizado para este referendo desde 17 de fevereiro, dia em que o Parlamento Europeu estava a debater a Iniciativa de Cidadãos Europeus que foi promovida no âmbito da Campanha “Right2Water” de que a Oikos é parceira.

 

Também parceira da Campanha “Right2Water”, a Federação Europeia de Serviços Públicos (European Federation of Public Service Unions – EPSU) está a organizar uma delegação internacional para observar o dia do referendo e a apoiar algumas iniciativas de solidariedade a este referendo que estão a ser organizadas a nível europeu.

 

Neste momento, os sindicatos e outros representantes da SC grega estão a sofrer pressão do governo nacional e dos media, bem como da empresa francesa Suez Environment, multinacional que ficaria a gerir os recursos hídricos, caso a privatização prosssiga.

 

Assim, o apelo da EPSU também inclui um pedido explícito ao governo grego e à Suez Environment para que respeitem os resultados do referendo, sejam eles quais forem.

 

Leia aqui mais informações sobre este tema.

 

Consulte aqui o apoio manifestado pela organização inglesa Unison, assim como pela organização portuguesa STAL.