Integrar para Alimentar – conhecimento, saúde e sustentabilidade

Pretendemos contribuir para a criação de uma estratégia integrada de alimentação em Portugal, através da integração de políticas públicas setoriais relevantes (agrícola, educativa, social, ambiental e saúde) de modo a influir na qualidade, equidade, segurança e sustentabilidade do consumo de alimentos da população portuguesa.

A Noruega sempre foi pioneira na sua visão do direito a uma alimentação adequada para todos os cidadãos. Em 1937, foi um dos primeiros países a ter um Conselho Nacional de Nutrição, um organismo estatal que está mandatado para intervir e aconselhar o governo no âmbito das políticas alimentares daquele país. Em 1976, a Noruega decidiu ir ainda mais além, tornando-se o primeiro país industrializado a, respondendo a um desafio lançado em 1974 na World Food Conference, lançar um plano alimentar e nutricional nacional integrado (englobando Agricultura, Economia, Saúde, Educação e Ambiente). Uma das características distintivas da política de nutrição norueguesa tem sido a sua “orientação estrutural”, privilegiando uma regulação da produção e do mercado, em detrimento das “estratégias individuais” baseadas na informação.

Na Noruega (e noutros países nórdicos), estes planos nacionais são definidos por negociação entre entidades governamentais e representantes de setores mais relevantes. Cada plano define não só os objetivos nutricionais para os próximos anos, mas também as medidas para os alcançar (usando uma combinação de medidas fiscais, subsídios alimentares, regulação de preços, regulamentos comerciais, rotulagem nutricional clara e educação pública).

Com o projeto “Integrar para Alimentar – conhecimento, saúde e sustentabilidade”, a Oikos lança as bases para um processo semelhante a nível nacional. Obviamente que as situações dos países não são idênticas pelo que as soluções encontradas nos países nórdicos não podem ser diretamente transpostas para Portugal. No entanto, é igualmente óbvio que há muitas lições a aprender com o caso norueguês.

Iremos trabalhar para desenhar e facilitar um processo multi-stakehoder de forma a promover a criação de uma estratégia integrada de alimentação em Portugal, através da integração de políticas públicas setoriais relevantes (agrícola, educativa, social, ambiental e saúde). Iremos proceder a uma intensa recolha de dados através de análise documental, realização de inquéritos e entrevistas estruturais, sendo os dados sobre boas práticas posteriormente disponibilizados numa plataforma online.

Pelo menos 40 entidades (públicas, ONG e academia) serão envolvidas no processo multi-stakeholder que incluirá planeamento adaptativo, monitorização reflexiva e criação de comunidades de aprendizagem entre decisores, técnicos e cidadãos. Toda a experiência será sistematizada de forma a facilitar a sua replicabilidade.

Em 25 anos (entre 1975 e 2000), a Noruega conseguiu baixar o consumo de gorduras em 15%, aumentar o consumo de vegetais em 52% e reduzir a incidência de doenças coronárias na população em 30 a 40%, ao mesmo tempo promoveu a utilização de produtos alimentares locais contribuindo para a soberania alimentar do país e para o reforço da economia rural (incluindo a recuperação de modos de vida tradicionais ao tornar as quintas familiares mais rentáveis). Será que conseguimos fazer o mesmo em Portugal?

País: Portugal

Quando: 2014-2016

Financiamento: 123 006 €

Beneficiários: 750 pessoas

EIXOS TEMÁTICOS

SETORES DE INTERVENÇÃO

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