Portugal desceu oito posições no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas 2020, de acordo com a tabela que foi divulgada na Conferência do Clima, em Madrid.
O aumento das emissões de gases de efeito de estufa (GEE) e do consumo energético e a atual situação de seca são as principais causas apontadas para a pior classificação. O país só se destaca pela positiva em relação às políticas climáticas.
O Índice de Desempenho das Alterações Climáticas (Climate Change Performance Index (CCPI)) é um instrumento destinado a aumentar a transparência do desempenho e das políticas climáticas internacionais. Tem como objetivo colocar pressão política e social sobre os países que, até agora, não conseguiram tomar medidas ambiciosas para a proteção climática. O índice CCPI pretende também destacar os países com melhores práticas climáticas.
Apesar de Portugal estar muito bem posicionado no capítulo das políticas climáticas, teve um péssimo desempenho em 2017 (ano a que se referem os dados utilizados) e por isso tem acabou por descer 8 lugares na classificação ficando agora na 25ª posição (convém salientar que o 3 primeiros lugares continuam a não ser atribuídos, pelo que na prática Portugal teve o 22º melhor desempenho).
No que concerne às emissões de GEE, Portugal obteve uma classificação muito baixa, sobretudo devido ao aumento de emissões nos últimos anos (2012-2017).
Com o fim da crise económica deu-se um aumento do uso de energia e emissões ao mesmo tempo que a seca que o país vive reduz a produção hidroelétrica no país (sendo esta fonte substituída no mix energético através do maior uso de centrais de carvão). 2017 também foi marcado pelos grandes incêndios florestais que, para além de se traduzirem numa grande tragédia humana e ambiental, implicaram uma enorme libertação do GEE.
“O fim da crise económica refletiu-se no aumento do uso e das emissões de energia, e especialmente os efeitos das alterações climáticas amplificando as secas, são as principais causas para a queda no ranking”, refere o documento.
Portugal, comparativamente com a Espanha, está nove lugares acima no índice, e quatro lugares abaixo da União Europeia (como um todo).
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