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O que é a COP28? O que podemos esperar dela?

O que é a COP28? O que podemos esperar dela? São estas as perguntas que muitos fazem, mas poucos vêm esclarecidas.

No dia em que começa nos Emirados Árabes Unidos a conferência da Organização das Nações Unidas sobre o clima, a Oikos irá mantê-lo informado do que se poderá vir a decidir desta 28.ª reunião anual. Deixamos-lhe alguns importantes de serem abordados:

  • Num contexto de temperaturas globais recorde e de condições meteorológicas extremas em todo o mundo, a urgência de enfrentar a crise climática é mais premente do que nunca. Os impactos climáticos estão a agravar vulnerabilidades, desigualdades e a privar as pessoas de uma vida com dignidade, devastando os nossos ecossistemas naturais, que são a linha de vida para a sobrevivência das pessoas. Ao mesmo tempo, as pessoas do Sul Global que pouco contribuíram para a crise climática, têm pago as consequências da ação insuficiente dos poluidores históricos ricos há várias décadas e, no entanto, as emissões continuam a aumentar.
  • O financiamento para Adaptação é difícil, uma vez que os projetos não criam necessariamente boas oportunidades de negócio e, portanto, não atraem capital privado na mesma medida que alguns projetos de Mitigação. Assim, uma das fortes exigências para a COP28 seria a adoção do Objetivo Global de Adaptação, que oferecerá um quadro internacional de adaptação, definindo objetivos e indicadores para monitorizar e quantificar o progresso.A cada ano de inação e de promessas quebradas que passa, perdemos oportunidades de evitar as piores consequências das alterações climáticas e aumentamos o sofrimento das populações vulneráveis dos países com menor capacidade de resposta.
  • Este é o momento de operacionalizar o Fundo de Perdas e Danos, sendo que os países desenvolvidos devem liderar o pagamento de subvenções. Na COP28, a UE e os seus Estados-Membros devem desempenhar um papel proativo, garantindo que o fundo aborda as preocupações de justiça climática e de direitos humanos e que está sob a autoridade e orientação das Partes na Convenção e no Acordo de Paris.
  • É urgente eliminar de forma progressiva os combustíveis fósseis e delinear metas globais para energias renováveis e eficiência energética. Alinhadas com o limite de aumento temperatura de 1,5°C até 2050, todas as Partes deverão concordar com uma eliminação global rápida, justa e equitativa dos combustíveis fósseis até 2050, o que deverá ser acompanhado de uma rápida expansão das energias renováveis e de maiores esforços em termos de eficiência energética.
  • Existe uma lacuna crescente entre as necessidades de financiamento climático dos países em desenvolvimento e a atual escala e acesso ao financiamento climático. Os países desenvolvidos, especialmente a UE, devem cumprir integralmente o compromisso anual de longa data de financiamento climático de 100 mil milhões de dólares, fornecendo financiamento novo e adicional para colmatar as lacunas existentes e fortalecer a ação climática global.
  • Os sistemas alimentares são responsáveis por 34% das emissões globais de GEE. Perante este número, esperam-se negociações que envolverão a decisão sobre um plano de três anos sobre implementação de ação na Agricultura e Segurança Alimentar. Além da agroecologia, as pescas e cooperação, sinergias e comunicação serão os temas principais.

A Oikos e a Zero onsideram que o tempo das declarações passou e que a COP28 tem que ficar marcada pela concretização de ações decisivas. Fique atento aos progressos desta conferência!