Em 2014 (dia 30 de Julho), celebra-se pela primeira vez o Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas. Em Portugal o Tráfico de Seres Humanos é, apesar de existente, ainda desconhecido por muitas pessoas. Mas este é um crime contra a liberdade pessoal e um atentado grotesco contra os Direitos Humanos que afeta mais de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo e que é urgente travar.
Em qualquer uma das suas formas (exploração sexual, exploração laboral, tráfico de órgãos, mendicidade, adoções ilegais e trabalho doméstico ilegal) o tráfico de Seres Humanos constitui um atentado aos Direitos Humanos, assumindo primordial importância combatê-lo de forma determinada.
“Não podemos esquecer-nos que cada um de nós é uma peça fundamental no combate ao tráfico de Seres Humanos. É pois urgente atuar, já que cada dia a mais é um dia a menos para ajudar a salvar pessoas vulneráveis, inocentes e indefesas que há muito deixaram de conhecer o significado de Dignidade Humana.” Declara Cristina Peixinho, coordenadora de Cidadania Global da Oikos.
Atenta a este flagelo, a Oikos iniciou o seu trabalho de prevenção em Portugal em 2004, com o principal objetivo de (in)formar, consciencializar e sensibilizar a opinião pública para as novas formas de trabalho escravo. Após este primeiro projeto – “Mãos (Es)forçadas” -, inovador para o momento em Portugal, ficou a certeza da necessidade de continuar a combater a opacidade que caracteriza ainda o fenómeno no nosso país, simultaneamente, país de origem, trânsito e destino deste crime hediondo. Atualmente a Oikos trabalha nesta temática na Região Norte de Portugal, pois este é um terreno fértil para proliferar, já que subsiste ainda uma estrutura de mão-de-obra desqualificada e um mercado de oferta de emprego que, ainda que temporário e precário, tende a atrair populações muito vulneráveis a nível económico e social.
Com um conjunto de atividades diversificadas que passam pela produção de materiais informativos, dinamização de sessões e workshops (in)formativos, realização de oficinas artísticas e exposições sobre a temática ou o desenvolvimento de ciclos de cinema, este trabalho tem abrangido diretamente cerca de 20.000 pessoas, inseridas em entidades de caráter educativo, social e empresarial, nos concelhos de Barcelos, Braga, Guimarães, Vila Nova de Famalicão e Póvoa de Lanhoso.
A Oikos tem dirigido a sua intervenção fundamentalmente a vítimas/potenciais vítimas de tráfico (com o objetivo de transmitir informação sobre o fenómeno, estratégias de prevenção e mecanismos de denúncia) e a populações que, pelo seu enquadramento profissional, são consideradas estratégicas para o combate a esta problemática (com o objetivo de as capacitar para reconhecer, identificar, denunciar e encaminhar potenciais vítimas).
Aos poucos e com o apoio de todos, instituições e sociedade civil, o mundo vai ficando mais alerta. É disso claro indicador o assinalar do primeiro Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas.
