Em Moçambique, um dos fatores que contribui para a persistência da pobreza no meio rural é o pouco conhecimento da população sobre como tirar o melhor rendimento da terra e recursos naturais de forma sustentável.

O litoral de Nampula, em particular a baía do Lumbo, tem recursos naturais terrestres e pesqueiros que oferecem um grande potencial para o desenvolvimento local, mas continuam pouco otimizados pelas comunidades e pouco protegidos pelas autoridades locais. Isto acaba por ser um atrativo para investimentos privados, muitas vezes sem contrapartidas adequadas e sem uma partilha equitativa dos benefícios da sua exploração, o que tem levado a conflitos entre o sector privado e as comunidades.

É por isso que nos últimos dias – entre 6 a 9 de Junho – decorreram formações em dois distritos para capacitar os concelhos comunitários de pescas de Mossuril e Ilha de Moçambique sendo o tema central a gestão de conflitos e Governança.

Pretende-se melhorar e reforçar as capacidades de gestão de recursos pesqueiros na Baía de Lumbo, assegurando a sua preservação para benefício dos próprios utilizadores do mar e gerações vindouras.

Devido aos tempos que vivemos de pandemia mundial provocada pela COVID-19, foram cumpridas todas as normas de higiene e distanciamento social.

Em conjunto com a Oikos estiveram a Blue Venture Conservation, técnicos de pescas da Ilha de Moçambique e Mossuril, ativistas e ainda a administração marítima e polícia lacustre e fluvial.

Esta atividade foi realizada no âmbito do projeto de “Reforço da responsabilidade individual e coletiva, recursos agrícolas e pesqueiros em Nampula”, liderado pela Oikos, que conta com a participação da Blue Venture Conservation para a elaboração de um estudo para criação de reservas comunitárias de pescas. Contamos ainda com o parceiro local Luarte.

Projeto financiado pela União Europeia e Camões, I.P.