A Oikos acredita e promove processos de participação activa das comunidades para que tenham influência nos seus processos de desenvolvimento sustentável para que respondam às suas vontades e necessidades. É isso que celebramos com esta atividade: os pescadores são os atores principais na gestão dos recursos naturais.
A Oikos, no âmbito do projecto Okhapelela e com os seus parceiros, apoiou o centro pesqueiro da comunidade de Chocas Mar, em Nampula, a fazer a gestão da sua pesca em estreita colaboração com as autoridades competentes e em prol de uma pesca mais sustentável.
Após cinco meses de veda decidida pela própria comunidade, foi agora reaberta a pesca regulada a área vedada, num evento onde se juntaram também as comunidades pesqueiras vizinhas.
Em 2020 e após a realização de uma Agenda Comunitária Ambiental, foram definidas uma série de atividades em prol do ambiente e perante a diminuição efectiva do pescado a comunidade desejava mudar a situação, tendo proposto a criação de “santuários”, zonas onde se proíbe definitivamente a pesca.
No entanto, no aprofundar das discussões, a comunidade preferiu numa primeira fase realizar veda parcial, de forma a avaliarem-se os benefícios e depois se avançar para outras medidas em prol da sustentabilidade dos recursos marinhos.
Hoje, realiza-se a monitoria de pescado para se saber como estão a evoluir capturas e se as espécies estão a recuperar em número. Existem regras para uso do espaço marinho definidas pelos pescadores, existem grupos de fiscalização e sensibilização que trabalham em coordenação com os Conselhos Comunitários de Pesca e demais autoridades e uma área foi vedada a toda a pesca entre Fevereiro e Junho por iniciativa comunitária.
A comunidade reabre agora a sua área pesqueira com regras para que a pesca seja feita de forma sustentável e a beneficiar toda a comunidade. Espera-se, assim, observar os resultados efectivos da veda e será um dia festivo para uma comunidade que nos últimos tempos realizou diversos sacrifícios para poder garantir a sua própria subsistência na medida em que teve a sua área de pesca diminuída.
Os efeitos reportados nos primeiros dias têm sido muito positivos. Numa área de 158 hectares, entre dia 1 e 5 de julho e apesar do mau tempo foram pescados 1,335.5kg de peixe diverso com maior frequência xaréu, peixe pedra, peixe coelho, polvo e moluscos.
A avaliação pela parte dos pescadores, e dadas as condições, é que esta captura é um grande sucesso com peixe grande e de elevada qualidade e diversidade.
Desejamos que assim continue e sempre a melhorar!
Este trabalho liderado efectivamente pela comunidade teve o apoio técnico da Oikos, Blue Ventures Conservation, ADNAP, IIP e Governo do Distrito. Financiamento da Comissão Europeia e Camões, I.P.