Após a tempestade Chalane, o ciclone Eloise atingiu Moçambique sobretudo nas províncias de Sofala e Zambézia com pelo menos 163 mil pessoas afetadas e seis mortes. Estima-se que 1,5 milhões de pessoas das regiões centro e sul do país possam ter sido afetadas.
O ciclone Eloise não é comparável com o IDAI a nível de destruição total, mas acontece numa altura em que estas províncias ainda não recuperaram e há várias vulnerabilidades acumuladas.
Estima-se que haja 163 mil pessoas afetadas, mas com quase 14.752 mil deslocados em 36 centros de acomodação – além de 140 mil hectares de áreas agrícolas inundadas, agravando o risco de fome. Pelo menos 7.219 habitações foram destruídas. Várias infra-estruturas sociais foram igualmente afetadas. A avaliação preliminar faz referência a 26 unidades de saúde, 76 salas de aulas parcialmente destruídas e 85 totalmente destruídas.
A época ciclónica tão intensa que está a passar Moçambique atinge o país na pior altura. A população atingida já vive em grande percentagem em pobreza extrema, com condições de habitação e sustento rudimentares, muitas delas ainda a recuperar dos ciclones de 2019. Por outro lado, a crise humanitária no norte do país, em Cabo Delgado, já provocou cerca de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação ou alimentos. Pelo meio, a COVID-19 a alastra-se e afeta cada vez mais famílias.
A equipa da Oikos está presente na região e preparada para apoiar a população. Atualmente, as nossas equipas encontram-se envolvidas ainda no esforço de restituição dos meios de vida da população afetada pelos furacões IDAI e KENNETH.
A Oikos está em coordenação local com o INGC – Instituto Nacional de Gestão de Calamidades e o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas. Estamos a coordenar-nos com os parceiros humanitários para apoiar nos levantamentos rápidos que serão levados a cabo para avaliar melhor o impacto e a resposta.
Moçambique está em plena época de chuvas e ciclones, que ocorre tradicionalmente entre os meses de outubro e abril, com ventos oriundos do Índico e cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.
Moçambique é o país mais vulnerável às alterações climáticas, de acordo com o Índice de Risco Climático Global.
Fonte dos dados e fotos: INGC – Instituto Nacional de Gestão de Calamidades Moçambique