As condições de pobreza predominantes na Bolívia estão relacionadas com a débil participação da população na procura dos seus direitos, nomeadamente os direitos de saúde. Para além de uma atitude conformista e da impotência da população no exercício dos referidos direitos, o sistema de saúde não tem os meios necessários para o seu bom funcionamento, dando origem a uma desmotivação dos recursos humanos.

As alterações que o projeto provocou contribuíram para a socialização dos processos de participação dos cidadãos e do controlo social no âmbito local, permitindo que a participação ativa da população se vá transformando numa norma social. Uma participação ativa da população no exercício dos seus direitos de saúde contribuiu para a melhoria dos indicadores de saúde na área, e a pressão que a população passou a exercer sobre os serviços de saúde contribuiu para melhorar a qualidade dos mesmos.

Foi particularmente apreciada a atitude horizontal das equipas de campo, o seu domínio das línguas nativas e a sua transmissão de certos princípios dialógicos e modelos para fortalecer a organização e autogestão comunitária. 

O principal alcance do Projeto foi o Módulo educativo, com a sua ênfase acertada em dinâmicas de grupo com estudantes do ensino secundário para trabalhar temas de identidade, território, cidadania e direitos. A capacitação a radialistas foi também um fator de dinamização comunitária bem sucedida.