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Ban Ki-moon: o mundo deve unir forças num período em que é posto à prova

Por ocasião do debate geral da 65ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, o Secretário-Geral Ban Ki-moon afirmou que os “grandes objectivos” do mundo são alcançáveis, mas só se realizarão se a comunidade internacional se unir através das Nações Unidas para garantir um futuro melhor para todos.

Sublinhando a necessidade de uma posição baseada em princípios e pragmática “contra as forças que nos dividiriam”, Ban Ki-moon disse que chegara o momento de traduzir as promessas em realidades, no que se refere a questões que vão desde a erradicação da pobreza e o combate às alterações climáticas até à eliminação das armas nucleares e a promoção do empoderamento das mulheres.

 

“É tempo de nos unirmos, de consolidar os avanços, de meter ombros à tarefa e produzir resultados. Resultados concretos para as pessoas mais necessitadas, como só a ONU pode fazer”.

 

Descreveu esta era, ameaçada pelas recentes crises financeira e alimentar e pela crescente polarização política, como “tempos difíceis” em que o mundo tem de mostrar se está à altura dos seus ideais.

 

Ban Ki-moon saudou os resultados da cimeira da ONU sobre os progressos em direcção à realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM). Destacou os avanços consideráveis que foram conseguidos, à “nossa determinação comum”, considerando, porém, que eram necessários muitos esforços para alcançar as metas até 2015. Lembrou o lançamento da Estratégia Mundial para a Saúde Materna e Infantil, à qual a comunidade internacional prometeu conceder 40 mil milhões de dólares. E lembrou também a criação da ONU Mulheres, tendo em vista reduzir as desigualdades de género e de reforçar o empoderamento das mulheres.

 

Ban Ki-moon reiterou o seu apelo aos Estados-membros, para que tomem as decisões necessárias para fazer face às alterações climáticas.

 

Sobre a segurança e a criação de um mundo livre de armas nucleares, disse que constatara um “novo dinamismo”. Citando a assinatura pelos Estados Unidos e a Federação Russa do novo tratado START que visa reduzir os arsenais nucleares dos dois países, o Secretário-Geral congratulou-se com o êxito da conferência de revisão do Tratado sobre a Não Proliferação das Armas Nucleares e com os progressos em relação ao Tratado de Proibição Total dos Ensaios Nucleares.

 

“Vamos avançar no nosso trabalho sobre não proliferação e desarmamento ou vamos recuar? Depende de nós”, disse.

 

Lembrou aos Estados-membros as operações humanitárias de grande envergadura que a ONU organizou, no seguimento das catástrofes naturais no Haiti e no Paquistão, mas também em situações de conflito como na Somália, no Sudão, no Níger ou em Gaza. Ban Ki-moon sublinhou também o trabalho diplomático efectuado a favor da paz no Médio Oriente, no seio do Quarteto, e os inúmeros esforços desenvolvidos em diversos países para realizar eleições livres nomeadamente na Guiné, no Iraque ou no Afeganistão.

 

“Lembremo-nos de que, neste período difícil, estamos a ser postos à prova. Lembremo-nos de que perdemos inúmeras vidas ao serviço dos nossos ideais, lembremos-nos de que o mundo espera das Nações Unidas liderança moral e política”, declarou, antes de acrescentar: “Os grandes objectivos estão ao nosso alcance. Podemos atingi-los olhando para o futuro, congregando os nossos esforços, unindo as nossas forças, como comunidade de nações, em nome do bem geral”.


Fonte da notícia: Associação das Nações Unidas – Portugal, baseado numa notícia divulgada pelo Centro de Notícias da ONU a 23/09/2010.