Hoje é o dia Internacional Contra Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças.
Uma em cada três mulheres jovens é abusada sexualmente antes de completar 18 anos.
A ineficácia na aplicação da lei ou a impunidade fazem com que ano após ano o número de casos de exploração, tráfico de mulheres, crianças e adolescentes para fins de exploração sexual, aumente.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de quatro milhões de pessoas são anualmente traficadas para estes fins. Estima-se que cerca de 700 mil mulheres, sobretudo com idades entre os 18 e os 25 anos e crianças, passem todos os anos pelas fronteiras internacionais do tráfico humano.
O tráfico de crianças para fins de exploração sexual, depois do tráfico de droga e armas é a atividade mais lucrativa no mundo do crime organizado.
O Tráfico de Seres Humanos e a Exploração Sexual também residem em Portugal, mesmo que sejam uma realidade relativamente oculta. Também partem de Portugal e passam pelo nosso país mulheres e crianças traficadas. A iniciativa da Oikos, com o “Mãos (Es)forçadas”, um projeto promovido em Portugal, apelava à consciencialização da sociedade e servia de inspiração para medidas que ajudassem a acabar com o tráfico de pessoas. A ação da Oikos tentou assim sensibilizar a opinião pública para uma realidade pouco conhecida. Com o término deste projeto, ficou a certeza que muito mais teria de ser feito para combater a opacidade que caracteriza ainda o fenómeno no nosso país. Hoje, a Oikos ainda atua no combate ao tráfico humano, sobretudo no norte do país, uma zona vulnerável devido às condições económicas e sociais das populações, através do projeto “(Es)forçadas e (des)iguais”.
Todos sabemos que a liberdade não se compra, é um direito de todos. Tenhamos então consciência que a dignidade também não se vende.