A “Social Innovation Conference 2017” teve lugar na Gulbenkian nos passados dias 27 e 28 de Novembro e foi de organização conjunta da Comissão Europeia, Governo Português e Fundação Calouste Gulbenkian.
A Oikos participou na conferência, onde foi gravada uma entrevista para a TVI24 com Pedro Krupenski, Director de Desenvolvimento, a propósito do SmartFarmer. (apartir do minuto 9:34)
O que é inovação social?
“Inovação social é a inovação na qual os meios e os fins têm cariz social. Concretamente, […] a inovação social pode traduzir-se em novas ideias (produtos, serviços ou modelos) que, de uma forma mais eficiente, atendam simultaneamente às necessidades sociais e criem novas relações ou colaborações sociais. A inovação social não só é benéfica para a sociedade, como também aumenta a capacidade de atuação desta”, de acordo com o “Bureau of European Policy Advisors” (BEPA, 2011, página 9) da Comissão Europeia.
Porque é que esta conferência é necessária?
Tal como afirmou o Presidente Juncker no seu Livro Branco sobre o futuro da Europa, “a crise financeira e económica global, que começou em 2008 nos Estados Unidos, abalou a Europa na sua essência. Graças a uma ação firme e determinada, a economia da UE está agora de volta a um patamar mais estável, com o desemprego a cair para o seu nível mais baixo desde a ‘grande recessão’. No entanto, a recuperação está ainda distribuída de forma desigual na sociedade e entre as regiões. Enfrentar o legado da crise, do desemprego de longa duração, os altos níveis de dívida pública e privada em muitas partes da Europa, continua a ser uma prioridade urgente.”
O documento de reflexão sobre a dimensão social da Europa, publicado juntamente o Pilar Europeu dos Direitos Sociais, destaca as profundas transformações que as sociedades europeias e o mundo do trabalho vão atravessar na próxima década. Estabelece ainda uma série de opções sobre como podemos responder coletivamente, construindo uma Europa que proteja, capacita e defende.
A União Europeia tem vindo a promover ativamente a inovação social e a utilizá-la para atingir as metas das suas políticas. Por exemplo, os programas e políticas de ciência e inovação têm apoiado a inovação social desde 1998( ) até aos dias de hoje, beneficiando diretamente os cidadãos, para além de promover o avanço da ciência e de criar valor através das ideias. Desde 2010, a União Europeia tem vindo a abrir os seus programas de financiamento a práticas inovadoras para lidar com questões sociais, desde Fundos Estruturais até programas mais flexíveis e de menor dimensão. Nesse espírito, será lançado na conferência um “prémio Horizonte” no valor de 2 milhões de euros centrado na mobilidade de pessoas séniores.
Chegou a hora de aprofundar e desenvolver uma nova narrativa. Assim, a conferência irá fazer um balanço da inovação social hoje, analisar as novas tendências neste vasto domínio, potenciar discussões vivas e estimulantes e promover a criação de redes entre inovadores, empresários e outros criadores de valor, impulsionados por um ideal social.
Objetivos
O quê?
Simplificando, a conferência pretende impulsionar a inovação social na Europa já que esta é uma forma eficiente e eficaz de promover políticas públicas inclusivas e criadoras de riqueza. A conferência pretende ainda desenvolver uma nova narrativa para a inovação social, criando os meios para que esta se enraíze, cresça, floresça e dê frutos.
Quem?
O evento reuniu cientistas de-nível mundial na área de inovação social, inovadores, empreendedores sociais, representantes da sociedade civil, decisores nacionais e regionais, atores municipais e locais, investidores em inovação social, filantropos, investidores de capital de risco, business angels, estudantes e políticos.
Como?
A conferência foi estruturada da seguinte maneira:
- Balanço dos resultados da inovação social
- Identificação de potenciais oportunidades futuras criadas pela inovação social, não só em termos de bem-estar social, mas também de crescimento, emprego e oportunidade de negócios para a Europa
- Análise das novas tendências de inovação social
- Avaliação do possível papel da inovação social na próxima geração de políticas públicas
- Análise dos vários instrumentos de financiamento