O mundo acordou em choque com a vitória do candidato Donald Trump nas eleições presidenciais americanas.
De entre as muitas preocupações que este resultado levanta, há uma que é bastante premente no momento em que se reúne a COP 22 em Marraquexe: Qual o impacto da eleição de Trump (que afirmou várias vezes a sua oposição a qualquer medida para descarbonizar a economia mundial) para o Acordo de Paris, que vincula quase 200 países com o combate sério às alterações climáticas e entrou em vigor na passada sexta-feira?
A curtíssimo prazo não terá grande significado prático, uma vez que o próprio acordo proíbe a saída de qualquer signatário nos primeiros 3 anos de vigência e mesmo passado esse período os Estados estão sujeitos a um pré-aviso de 1 ano em relação à data de formalmente abandonarem o Acordo.
No entanto, é incerto o impacto que a vitória de Trump poderá ter nos países que ainda não se comprometeram com este Acordo. Até agora apenas 103 países ratificaram o Acordo (representando 73,39% das emissões globais). Além disso muitos países (mesmo entre os subscritores) duvidam que o Acordo de Paris tenha grande força para resistir ou mecanismos para penalizar efetivamente atos de sabotagem interna mais ou menos públicos.
Existem argumentos ambientais e económicos racionais para que os Estados Unidos da América não queiram sair completamente do Acordo de Paris. Vão desde o facto das alterações climáticas terem custado centenas de milhões de dólares à economia americana este ano – desde a seca na Califórnia às tempestades tropicais que afetaram o sudeste do país – até a pouca vontade que o os Estados Unidos da América terão de deixar que a China e a Europa assumam o comando no que pode ser a próxima revolução energética. Mas com Trump ninguém sabe o que se poderá seguir…
Consulte aqui a lista atualizada de países do Acordo de Paris
Para mais informações, este é um excelente artigo do “The Guardian”