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Plataforma Portuguesa das Organizações não-governamentais celebra 30 anos

Ao longo do ano de 2015, a Plataforma Portuguesa das Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD) comemora 30 anos de empenho na afirmação da solidariedade entre os Povos e na defesa dos Direitos Humanos, contribuindo para um mundo mais justo e equitativo.

Dia 23 é o dia em que se assinala esta data e Pedro Krupenski, presidente da Plataforma Portuguesa para as ONGD e também diretor de Desenvolvimento da Oikos e João José Fernandes, Presidente da Oikos, foram entrevistados pelo Diário de Notícias e Público, respectivamente, a este propósito.

 

Para a Oikos é um orgulho ser membro desta Plataforma, o interlocutor privilegiado no relacionamento das ONGD com o Estado português e assumir a presidência da mesma pelo 2º mandato consecutivo.

 

Para Pedro Krupenski, a necessidade de criar uma plataforma das ONGD surgiu quando era indispensável “influenciar as políticas europeias e também para aceder aos fundos que então estavam a ser disponibilizados para a cooperação e desenvolvimento no âmbito da Comissão Europeia.”

 

Pode ler-se no seu artigo que a crise que se faz sentir atinge e muito o sector. “À redução substancial dos orçamentos para a cooperação juntou-se uma corrida das ONGD às linhas de financiamento da União Europeia que já eram concorrenciais.”

 

O diretor de Desenvolvimento da Oikos deixa uma chamada de atenção a todos os portugueses “para ajudar tornar o mundo mais justo e equitativo não é preciso rasgar as vestes e ir para as missões. Não é dar roupa aos pobrezinhos ou enviar livros, Isso alivia mas não cura. O que vai curar é as pessoas tomarem consciência de que a pobreza e as desigualdades são um problema de todos. E se são um problema de todos, então todos somos a solução.”

 

João José Fernandes foi uma das pessoas escolhidas para contar o seu percurso enquanto comprometido com a construção de um mundo melhor.

Na Oikos desde 1994, João José Fernandes recorda que começou no gabinete de projectos e participou na abertura de uma série de missões, como a das Honduras, Timor-Leste e Cuba.

 

Desde essa altura, o mundo mudou. Emergiram economias a sul. Ganharam visibilidade bolsas de subdesenvolvimento a norte. E na Oikos uma escolha teve de ser feita: “Insistir no discurso de sensibilização para a cooperação para o desenvolvimento baseada no paradigma Norte-Sul ou repensar tudo. Como outras ONGD, alargou a acção a Portugal. Está, por exemplo, a fazer inquéritos e análise documental para lançar as eventuais bases de uma política pública multissectorial (agrícola, educativa, social, ambiental, saúde) destinada a garantir o direito à alimentação adequada. E a criar respostas práticas que passam pela agricultura familiar e pelos circuitos curtos de comercialização. “

 

João José Fernandes espera que o Ano Europeu do Desenvolvimento sirva para que as preocupações dos portugueses não continuem tão viradas para dentro. “Ao mesmo tempo que reivindicamos solidariedade do Norte da Europa connosco, também temos de reivindicar solidariedade de Portugal com outros parceiros”.

 

Não deixe de ler ambos os artigos:

“Para ajudar não é preciso rasgar as vestes e ir para as missões. Só é preciso uma reflexão crítica” – Pedro Krupenski

Tornar possíveis algumas utopias – João José Fernandes (entre outros)