Os deputados europeus votaram no apoio aos biocombustíveis num momento em que cada vez mais estudos demonstram que o cultivo de biocombustíveis agrava o problema da fome no mundo, o mais grave a nível mundial.
Uma nova pesquisa, de Tim Searchinger mostra que a crescente produção de combustíveis biológicos, em vez de alimentos, cria automaticamente a fome ou desflorestação.
A menos que a produção de culturas alimentares seja deslocada para terras anteriormente incultas, por cada vez que a terra que produza alimentos passe a produzir biocombustíveis alguém, em algum lugar vai, sofrerá com a escassez de produtos agrícolas alimentares.
Searchinger descreve o significado deste voto da seguinte forma: “Ao votarem para aumentar os níveis de biocombustíveis, os decisores políticos da UE estão a votar para que as pessoas, provavelmente os consumidores mais pobres do mundo, disponham de menos alimentos. Um voto para um aumento dos biocombustíveis é um voto para aumentar a fome.”
Este investigador refere também que a primeira obrigação de todos é alimentar quem tem fome e os biocombustíveis estão a destruir aos poucos, sob o bom pretexto de procurar alternativas aos poluentes e finitos combustíveis fosseis, a nossa capacidade de o fazer. Os governos têm a possibilidade de reduzir as recorrentes crises alimentares revendo a sua política de incentivo aos biocombustíveis. No entanto, ainda este mês a UE reforçou o seu apoio à política de energias renováveis na Nigéria, tendo anunciado um apoio financeiro de 27 milhões de euros.
A Oikos também tem vindo alertar para este tema, tendo inclusivamente assinado uma carta, conjuntamente com outras Organizações da Sociedade Civil internacionais, dirigida aos decisores políticos da União Europeia, expressando preocupações relativamente aos custos económicos, sociais e ambientais da atual política de biocombustíveis da UE.
Consulte aqui:
Outras notícias sobre este tema:
Apoios públicos para biocombustíveis de 1ª geração são fardo para economias europeias
