Ciclone ‘Jokwe’ já afetou mais de 2 mil em Moçambique
13 Mar 2008
Mais de 2 mil famílias afetadas pela passagem do ciclone “Jokwe” pela ilha de Moçambique foram até agora identificadas pela OIKOS, que procura, prioritariamente, garantir-lhes alimentação e apoio humanitário, disse nesta quinta-feira à Lusa fonte daquela organização nãogovernamental portuguesa.
Marisa de Freitas David, do departamento de Comunicação da OIKOS, acrescentou que a passagem do “Jokwe” pela ilha de Moçambique, onde devastou as regiões central e norte do país, provocou pelo menos 17 mortos e 15 feridos na Zambézia e Nampula, dados confirmados pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).
A OIKOS, que trabalha na zona afetada desde 1992, lançou em fevereiro passado uma campanha de solidariedade com Moçambique, que sofre desde finais de dezembro de 2007 os efeitos de cheias resultantes de chuvas intensas. Atualmente, a OIKOS mantém em Nampula um projeto de apoio às comunidades pesqueiras, financiado pelo Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), e na Zambézia projetos de resposta às emergências provocadas pelas cheias.
Relativamente aos efeitos da passagem do “Jokwe”, a OIKOS enviou à Lusa um comunicado de imprensa, em que a coordenadora geral daquela ONG em Moçambique, Claire Fallender, salientou que “a prioridade é garantir a alimentação das famílias afetadas, que perderam os seus barcos e materiais de pesca, enquanto se procuram soluções para os repor”.
“Vamos promover atividades de pesca artesanal, principalmente com mulheres moçambicanas do litoral. As mulheres desempenham um papel fundamental na segurança alimentar da família, tendo muita prática de pesca com redes”, acrescentou Claire Fallender. As mais de 2 mil famílias identificadas pela OIKOS representam 13.174 pessoas, adiantou Marisa de Freitas David à Lusa.
O ciclone tropical “Jokwe” começou a fustigar a costa norte de Moçambique no última final de semana e mantém-se “estacionário e encostado” à ilha de Madagascar, segundo disse hoje à Lusa fonte do Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique (INAM), em serviço no Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE).
A mesma fonte acrescentou que o ciclone “está hoje mais forte”, tendo passado da categoria dois para três (de uma escala de zero a cinco), com rajadas de vento de 160 quilômetros por hora e velocidade de deslocação de nove quilômetros por hora.
“Esperamos que se intensifique. Estamos a monitorar para ver qual a direção que vai seguir”, referiu a fonte do INAM, prevendo um impacto mais sério do furacão na costa moçambicana ou em Madagascar. O “Jokwe” destruiu ainda 9.715 casas e danificou mais de mil habitações em Moçambique, segundo o balanço do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), que apenas na sexta-feira deverá realizar o habitual briefing sobre a evolução da situação.