A Oikos em parceria com a Fundação Guillermo Toriello e com o Comité de Unidade Camponesa finalizaram a iniciativa “Fortalecimento de sistemas alimentares rurais sustentáveis e equitativos com pertinência cultural em cinco microrregiões da Guatemala“.
O projeto foi implementado em 84 comunidades rurais de cinco microrregiões da Guatemala: Cahabón, Cobán, Polochic, Quiché e Huehuetenango, perfazendo um total de 3.115 famílias envolvidas diretamente nos três resultados do projeto e 3.612 famílias abrangidas na distribuição de sementes.
No que diz respeito ao Resultado 1, que visava aumentar e diversificar a disponibilidade e o aceso aos alimentos de forma sustentável, verificou-se que houve aumento da produção de cereais, como o previsto, e a produção vegetal quadruplicou.
Relativamente ao Resultado 2, em que seriam articuladas redes para um maior organização da produção ao nível comunitário, microrregional e inter-regional, concluiu-se que o impacto do resultado e as possibilidades de sustentabilidade são elevadas.
Quanto ao Resultado 3, que procurou “construir” e fortalecer as infraestruturas comunitárias e familiares de pequena escala, para um aumento de produção, como também para as hortas familiares, todas as ferramentas facilitadoras foram implementadas e estão a funcionar. Verifica-se que as iniciativas mais benéficas foram aquelas que apresentam um impacto imediato e favorável aos sistemas agrícolas, designadamente a micro-irrigação; a colheita/armazenamento de água; a melhoria de fogões; e a instalação de filtros de água.
Estava também prevista a construção e operacionalização de uma vermicompostagem, que está a ser, pouco a pouco, recebida de forma mais natural pelos beneficiários, nomeadamente no que diz respeito à apropriação da tecnologia, já que a sua sustentabilidade no médio/longo prazo está intimamente ligada ao grau de organização das famílias e comunidades.
De todas as iniciativas realizadas, acredita-se que os resultados alcançados contribuíram para o aumento da Segurança Alimentar e Nutricional das zonas beneficiárias, assim como para o acréscimo da produção por parte da população indígena e rural das cinco microrregiões abrangidas pelo projeto.
Como destaque, um dos impactos muito positivos é a inovação na produção de vegetais, nomeadamente o aumento das variedades de culturas e o aumento do consumo (saladas/legumes cozidos, etc); o aumento da ingestão de nutrientes; a diversidade da dieta; o uso de fertilizante orgânico para a produção de vegetais em hortas familiares; o desenvolvimento de pesticidas naturais; e o uso de fogões melhorados, permitindo assim uma alimentação de maior qualidade e poupança as famílias.
Observou-se ainda que, durante todo o projeto, as famílias beneficiárias participaram de forma continuada nas ações propostas. Além disso, notou-se um aumento no envolvimento das mulheres nas atividades de tomada de decisão, avaliação e desenvolvimento, traduzindo-se no reconhecimento desta dinâmica dentro das suas famílias e comunidades.