São Tomé e Príncipe

Nuno Monteiro é agricultor, e cria produtos medicinais com plantas

Nuno Monteiro é agricultor na comunidade de Saudade, na ilha de São Tomé, e um dos membros de um grupo composto por três recolectores de plantas medicinais. 

O grupo Mindjans da Saudade reflorestou uma área degradada da floresta de gestão comunitária, cedida pela Direção de Florestas e Biodiversidade, com várias espécies medicinais ameaçadas. Para isso, plantaram centenas de espécies de árvores autóctones, medicinais e endémicas, de forma a criar um sistema agroflorestal biodiverso e assim permitir uma recolha e transformação sustentável de plantas medicinais e outros produtos florestais não lenhosos.

A riqueza curativa da flora são-tomense é reconhecida pela comunidade científica. Há pelo menos 350 espécies de plantas com propriedades medicinais no arquipélago. Os terapeutas tradicionais empregam-nas em diversas receitas, para o tratamento de todo o tipo de enfermidades.

“Aprendemos a recolher as raízes, cascas, folhas e flores de uma forma sustentável e hoje temos a nossa marca Midjans da Saudade. Vendemos uma variedade de tónicos, óleos de massagem e várias folhas e cascas para chás, tais como a canela doce e canela brava, o maracujá do mato, a casca de quina ou de pau-ferro.”

Nuno Monteiro é um dos beneficiários dos projetos Tesouros d’Obô e ECOFAC VI, que apoiaram a iniciativa empresarial do grupo. Tesouros D’Obô (financiado pela União Africana), que lidera o acompanhamento técnico a este negócio, apoia esta iniciativa bem como outras linhas inovadoras de PFNLs (plantas medicinais e aromáticas, o cultivo de cogumelos e produtos cosméticos) em 3 comunidades (Abade, Saudade e Plancas I) da zona tampão do Parque Natural Obô de S. Tomé, fornecendo apoio técnico, material e a capacitação necessária.

No âmbito do projeto Paisagem apoiaremos também a continuidade de reforço e melhoria do sistema agro-florestal biodiverso na Saudade, bem como em outras 20 comunidades.

projeto Paisagem é implementado, em consórcio, com a Oikos, Bird Life e Zatona Adil, com financiamento da Comissão Europeia e Instituto Camões, IP.

No projeto ECOFAC VI a Oikos trabalhou em parceria com a BirdLife, com o financiamento da UE e da Cooperação Portuguesa.