Notícias

Inclusão e Equidade em destaque na Universidade de El Salvador

A Oikos organizou, em parceria com a Universidade de El Salvador (UES), o Centro de Estudos de Género (CEG-UES), a organização COMCAVIS TRANS e com o apoio do Global Affairs Canada, o Fórum “Inclusión de las personas LGBTIQ+ en proyectos de Cooperación Internacional para el Desarrollo”, a 22 de setembro de 2025. O encontro teve lugar no Cine Teatro Universitário da UES, reunindo representantes académicos, diplomáticos, organizações da sociedade civil e estudantes para refletir sobre os desafios e oportunidades de construir uma cooperação internacional verdadeiramente inclusiva e centrada nas pessoas.

O fórum nasceu como uma iniciativa conjunta entre a Oikos e a Faculdade de Jurisprudência da UES — parceiras de longa data — e rapidamente ganhou dimensão, envolvendo o Centro de Estudos de Género, a Vice-Reitoria e, finalmente, o próprio Reitor da Universidade, Juan Rosa Quintanilla, que afirmou:

“A inclusão deve ser parte do trabalho diário da nossa universidade — e estamos a consegui-lo através de diferentes iniciativas.”

A Embaixadora do Canadá em El Salvador, Mylène Paradis, também esteve presente e sublinhou que “a cooperação internacional deve ser justa, diversa e inclusiva”, destacando o papel essencial de alianças como esta para o avanço dos direitos humanos e da equidade.

O painel central contou com as intervenções de Grecia Villalobos, mulher trans e diretora da COMCAVIS TRANS, e dos colaboradores da Oikos Marielos Handal e Jason García, que partilharam experiências e metodologias práticas para promover a inclusão de pessoas LGBTIQ+ em projetos de desenvolvimento. As apresentações abordaram temas como a transversalização de género nos projetos, a construção de orçamentos inclusivos e a importância de sistematizar aprendizagens locais em vez de aplicar modelos externos descontextualizados.

Durante a sua intervenção, Pedro Hernández, coordenador da Oikos em El Salvador, destacou que a cooperação enfrenta hoje grandes desafios — desde a desinformação e a ascensão de discursos conservadores até à perda de financiamento das organizações LGBTIQ+ na América Central. Sublinhou ainda que espaços como este são fundamentais:

“Para repensar o nosso trabalho; para reafirmar que a cooperação internacional muda vidas; e para defender que todas as pessoas têm direito a viver com dignidade, sem discriminação nem exclusão.”

Pedro Hernández reforçou também que a técnica e o conhecimento só têm sentido quando acompanhados por princípios, ética e amor, lembrando que o verdadeiro impacto da cooperação não se mede apenas em números, mas nas vidas transformadas: “Uma vida que muda, vale qualquer investimento. Sem amor às pessoas, este trabalho não teria sentido.”

O fórum foi enriquecido com testemunhos de pessoas LGBTIQ+ da região que partilharam histórias de discriminação, resiliência e esperança, recordando a importância de nomear e visibilizar as suas realidades.

“A nossa luta não é por privilégios, mas por condições mínimas de dignidade: justiça, segurança e afeto”, afirmou Brandon Mérida, da Guatemala, numa das citações que encerraram o evento.

A Oikos reafirma assim o seu compromisso em promover uma cooperação baseada na inclusão, na empatia e no respeito pela diversidade humana, fortalecendo alianças entre universidades, organizações e comunidades que acreditam que um desenvolvimento verdadeiramente sustentável começa com a dignidade de todas as pessoas.