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No Dia Mundial da Alimentação, apresentamos um estudo feito pela Oikos e Unidade Ecológica Salvadoreña.

Realizou-se na passada semana o fórum de apresentação do estudo que reúne dados e análises recolhidos na última década, oferecendo uma visão atual do tema, bem como os seus desafios que persistem para alcançar uma verdadeira soberania e segurança alimentar.

A pesquisa detalha como, há 80 anos, El Salvador estabeleceu as bases de um atual sistema alimentar que garantisse à população o direito à alimentação. Neste processo têm-se enfrentado fortes restrições agroambientais devido tanto às condições do trópico seco centro-americano, como à alta diversidade de nichos agroecológicos e à gestão da água. Este modelo tecnológico assente na transformação do setor agrícola, produziu mudanças sociais profundas no país, alimentando tensões e conflitos, tanto nacionais quanto regionais.

Com o decorrer do tempo, o sistema alimentar conseguiu aumentar a oferta nacional em termos gerais e por habitante, mas nunca contou com uma visão estratégica para a sua construção, prejudicando amplos setores e enfraquecendo a cultura alimentar do país. Avanços foram feitos desde então, mas surgiram novos problemas como a obesidade em todos os estratos da sociedade e grupos etários, e as doenças crônicas relacionadas.

Nos últimos 20 anos, várias crises globais (como a climática, económica, energética e de saúde) têm comprometido – de forma recorrente – o direito à alimentação da população salvadorenha, com base nas fraquezas da cultura alimentar e no sistema alimentar fragmentado. Isso tem sido agravado pela falta de reconhecimento do direito humano à alimentação no quadro constitucional de El Salvador, que permita uma legislação adequada para fortalecer os padrões alcançados, proteger contra as vulnerabilidades persistentes, e promover um novo quadro de desenvolvimento que garanta a sustentabilidade de um novo modelo/sistema alimentar, tão necessário nos dias de hoje.

Os desafios atuais não são pequenos e, por isso, é necessário uma análise robusta e a criação de alianças locais, nacionais, académicas e com a cooperação internacional para uma gestão adequada que ofereça uma alternativa sustentável para o dilema que o direito à alimentação enfrenta em El Salvador.

Nesse sentido, o projeto “Potenciando processos produtivos sustentáveis e resilientes, para a segurança e soberania alimentar”, no âmbito do qual este estudo é apresentado, reflete o compromisso da União Europeia em impulsionar ações – locais e nacionais – para promover a soberania alimentar e nutricional como uma alternativa sustentável às crises climáticas e ambientais que o país enfrenta e que afetam principalmente as comunidades rurais.

Consulte o estudo, e assista à apresentação do mesmo!