A produção alimentar em Cuba é uma questão controversa e, ao mesmo tempo, uma questão crucial em qualquer cenário de debate nacional sobre segurança alimentar. Uma das causas determinantes da escassez de alimentos (insegurança alimentar) é a ausência de programas agrícolas sustentáveis para satisfazer as exigências da população. 

Geralmente, os decisores e atores da cadeia agroalimentar cubana relacionam a questão da segurança alimentar com a necessidade de fazer investimentos materiais na produção alimentar sem parar para refletir sobre o seu impacto: a desarticulação dos processos de inovação tecnológica e da cadeia de investigação-produção-processamento-distribuição-acesso. Estes aspetos exigem uma mudança de paradigma face aos novos desafios do cenário agrícola cubano, onde a descentralização e os processos de autogestão são ainda mais valorizados. Não se trata apenas de atribuir recursos, mas também de promover mudanças nas formas e métodos/práticas organizacionais que permitam aos produtores, após o cumprimento das entregas acordadas com o Estado, poder, entre outras coisas, vender a produção excedentária diretamente no mercado, de acordo com as regras da oferta e da procura.

A Oikos vai então procurar contribuir para o aumento da produção alimentar na Província de Villa Clara e para aumentar a produção e reforçar a cadeia de valor, através de uma experiência piloto de investigação-produção em dois municípios da província.

Pretendemos implementar e validar um sistema integrado de gestão da cadeia de valor (SGICV), reduzindo pelo menos 15% das perdas pós-colheita e ajudando a satisfazer a procura alimentar da população nos municípios.