Os "efeitos colaterais" dos desastres naturais são imprevisíveis e incalculáveis, tanto a nível humano como a nível económico. Entretanto, na medida em que existem cada vez mais indicadores que permitem analisar estes impactos, também existem cada vez mais ferramentas para que estes sejam minimizados.
Este é o objetivo contínuo do trabalho da Oikos em Moçambique, relativamente à esta temática da Prevenção e Preparação de Catástrofes Naturais. Moçambique é um país onde a ocorrência de desastres naturais constitui uma grande barreira para um mais rápido desenvolvimento económico sustentável, devido aos danos que a ocorrência desses eventos extremos causa.
Este projeto surge no seguimento de outros dois projetos anteriores que a Oikos tem vindo a implementar, desde 2008, e pretende a consolidação, reforço e extensão das atividades, mas agora a outras comunidades. O grande objetivo é a minimização do impacto dos desastres naturais nas comunidades da região costeira de Nampula, na medida em que esta zona tem, na pesca, a principal fonte de alimento e rendimento para a maioria das famílias. Em complemento com o cultivo de algumas culturas essenciais, nomeadamente a mandioca, o feijão e o milho, a dependência da atividade pesqueira faz com que as famílias que vivem nestas zonas fiquem mais vulneráveis aos impactos causados por catástrofes naturais.
Em conjunto com os parceiros locais, será realizada a capacitação de diferentes atores sociais, incluindo famílias rurais e autoridades locais, a fim de reduzir a vulnerabilidade da população. Para isto, será promovida a integração da gestão do risco de desastres em atividades agrícolas, através da formação e apoio à agricultura de serviços, e da introdução de uma forma de cultivo que utilize sementes de ciclo curto, permitindo, desta forma, um aumento de produção.
Além disso, o projeto tem como forte objetivo o desenvolvimento de 6 (seis) comunidades-modelo de gestão de risco de desastres, localizadas na Província de Nampula, Distritos de Mossuril e Ilha de Moçambique, sendo elas: Jembesse, Tocolo (Ilha de Moçambique) e Ampita, Macone e Ramuntho (Mossuril).
Para isso, pretende-se a consolidação da rede de Sistema de Alerta Precoce (SAP), com a criação de 6 novos locais de gestão de risco de desastres, nestas comunidades, que contará com o apoio de atores-chave a nível nacional; para além do reforço do papel, capacidades e importância da existência dos chamados Comités Locais de Gestão de Risco (CLGR).
No total, serão beneficiadas 30.482 pessoas: 6 Colaboradores do Instituto Nacional Gestão Calamidades; 12 Técnicos dos Serviços Distritais de Actividades Económicas; 383 Membros dos CLGR; 3.481 Agricultores; 1.800 Estudantes / Professores; e 24.800 pessoas na população em geral.
» Formação de técnicos e de agricultores em produção de sementes de ciclo curto e de produtos hortícolas em terrenos de planície, durante a estação seca;
» Introdução de sementes de ciclo curto e de produtos hortícolas;
» Criação, formação e equipamento de 6 novos Comités Locais de Gestão de Risco (CLGR)
» Formação de professores e alunos para a sensibilização comunitária e criação de grupos escolares;
» Atividades de sensibilização comunitária e recolha de informações;
» Desenvolvimento de planos de emergência e de resposta a catástrofes nas comunidades;
» Desenvolvimento de um exercício de Sistema de Alerta Precoce (SAP) em cada comunidade;
» Criação de 6 modelos de infraestruturas familiares resistentes e de baixo custo, incluindo habitações, silos para armazenamento de cereais e estábulos;
» Proteção das fontes de água comunitárias;
» Desenvolvimento de um modelo de construção escolar resistente a ventos fortes e sua apresentação às autoridades educativas.