Um movimento cívico agrupando Organizações Não Governamentais de vários países lusófonos, do qual a Oikos também faz parte, lançou, no dia 11 de Junho, uma campanha contra a adesão da Guiné Equatorial à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O país, uma das mais brutais ditaduras africanas, pretende ser aceite como membro de pleno direito na cimeira da CPLP marcada para 20 de julho, em Maputo, Moçambique.
Este movimento, que assumiu o nome “Por uma Comunidade de Valores”, reúne Organizações Não Governamentais (ONG) de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste e mantém-se aberto à adesão de outros parceiros da comunidade lusófona. Entre as instituições fundadoras, encontram-se as Plataformas de ONG destes quatro países, que representam centenas de instituições. É a primeira vez que organizações dos vários países lusófonos se juntam num movimento concertado de defesa dos princípios democráticos e do respeito pelos Direitos Humanos na CPLP.
A campanha tem um site próprio (www.movimentocplp.org) onde são expostos os argumentos contrários à adesão da Guiné Equatorial e está disponível uma petição aberta à subscrição de todos os cidadãos dos países de expressão portuguesa. O movimento “Por uma Comunidade de Valores” enviou também uma carta aos chefes de Estado e de Governo da CPLP, exigindo que a admissão da Guiné Equatorial seja negada na cimeira de julho e que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa imponha critérios rigorosos de liberalização política, boas práticas democráticas e respeito pelos Direitos Humanos a todos os países candidatos.
Na missiva, o movimento recorda que o português foi imposto como língua oficial da Guiné Equatorial por decreto do presidente Teodoro Obiang, apesar de ninguém no país falar o idioma. «Deixar que um ditador imponha um idioma oficial nestas condições é autorizar um ataque à dignidade da língua portuguesa», lê-se na carta enviada aos chefes de Estado e de Governo. A mensagem denuncia ainda os crimes do regime de Obiang, incluindo execuções sumárias, corrupção endémica e a opressão constante da sociedade civil.
Numa altura em que os líderes da Guiné Equatorial estão sob investigação em França e nos EUA por crimes cometidos no exercício de funções, a adesão do país à CPLP visa exclusivamente branquear a imagem de um dos regimes mais violentos de África. O movimento “Por uma Comunidade de Valores” dinamiza esta campanha inédita para deixar claro aos líderes dos 8 países lusófonos que os cidadãos de língua portuguesa não aceitam ver os valores essenciais da Dignidade Humana serem sacrificados em nome do petróleo.
Pode assinar a Petição e ler mais sobre este assunto em: www.movimentocplp.org
Consulte também:
» Comunicado de Imprensa Oikos: “Uma vitória da Dignidade Humana e da Sociedade Civil!”