O mecanismo ISDS ameaça a ação climática, visto que permite que as corporações transnacionais processem os governos a quando de mudanças de leis e políticas que possam reduzir os seus lucros. Estas alegações têm até lugar em tribunais secretos fora do sistema jurídico nacional.
É um facto que muitos acordos comerciais e de investimento incluem mecanismos ISDS, e esta tendência tem vindo a aumentar. Companhias petrolíferas, de gás, mineiras, extrativas e energéticas, têm aberto assim centenas de casos legais usando o mecanismo ISDS contra países preocupados com as Alterações Climáticas.
Neste sentido, tornam-se óbvios os principais riscos deste mecanismo para a luta contra a crise climática:
– Aumento do custo da ação climática – As corporações podem exigir grandes quantias de dinheiro público através do ISDS, muitas vezes quantias muito mais elevadas do que seria possível nos tribunais nacionais. Isto ultrapassa a capacidade de pagamento de muitos países, tornando a transição climática inacessível.
– Abrandamento regulatório – O medo dos governos serem processados pode fazer com que os países atrasem ou se oponham à tomada de medidas climáticas necessárias. Vários países já admitiram que isto está a acontecer, e há governos que têm sido intimidados a recuar nas suas intenções.
Com estas conclusões alarmantes, temos de pôr um fim ao sistema ISDS, e os governos têm de tomar uma posição sobre o tema. A declaração assinada pela Oikos, destaca as ações que os países devem implementar:
– Parar de negociar, assinar ou retificar quaisquer acordos que incluam ISDS;
– Parar de aderir a novos acordos que incluam o mecanismo;
– Recusar o consentimento para a utilização do ISDS;
– Explorar alternativas ao ISDS.
Numa altura em que se pensam em estratégias para atingir vários objetivos climáticos na COP27, apelamos às entidades decisoras que se comprometam a eliminar a ameaça que o ISDS representa para atingir as metas climáticas globais.